E assim começou a Recrearte...
“Uma história de conceitos e valores”.

“Lourdes e a inseparável companheira Rosaly se conheceram no Colégio Ascendino Reis, no Tatuapé, onde fizeram o curso de Magistério. Ali, deram os primeiros passos para concretizarem o sonho de lecionar e, foi lá, que conheceram os seus maridos, com quem estão casadas até hoje. Logo após se formarem professoras, foram lecionar na Escola Estadual Frederico Vergueiro Steidel, localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo, onde teve início a trajetória profissional de ambas. Por força das circunstâncias, cada uma seguiu o seu caminho e, embora separadas, sempre souberam cultivar a amizade.

Em 1980, impulsionadas pelo apoio dos maridos, decidiram abrir um berçário e o transformaram na semente do Colégio Henri Wallon | Recrearte, que todos conhecem hoje. O projeto nasceu diferenciado, com uma equipe multidisciplinar extremamente qualificada, que incluía médico, enfermeira e nutricionista. Em 1981, foi preciso abrir o Maternal I e, em 1983, o espaço já era pequeno para tamanha demanda. Mudaram-se para um espaço maior, no qual puderam desenvolver um trabalho com base em pesquisa feita nas principais escolas construtivistas de São Paulo, que proporcionou o embasamento necessário para a elaboração do material didático a ser utilizado na Escola.

Durante 10 anos, permaneceram com Escola de Educação Infantil, até a primeira turminha, do antigo pré, sair em busca de uma escola que tivesse o Ensino Fundamental. A partir de então, teve início a maciça manifestação dos pais para que as diretoras iniciassem, também, o Ensino Fundamental. Todo o investimento foi uma aposta generosa e paciente em futuro de sucesso, e, em 1991, ocorreu a tão esperada abertura do Fundamental I – da 1ª à 4ª Série (hoje, do 1º ao 5º Ano). No entanto, a calmaria dos pais deu lugar a novas manifestações, em ressonância com a dos filhos, a partir da primeira “formatura” da 4ª Série, onde os estudantes deveriam sair para fazer o Fundamental II em outro colégio.

No dia da “festa de formatura”, em pleno teatro, em vez da alegria esperada, houve uma comoção geral, na qual as lágrimas predominaram do começo ao fim, escorrendo copiosamente no rosto de todos os pais, familiares, professores, coordenadoras, alunos e diretoras. Mediante o ocorrido, Lourdes e Rosaly não tiveram escolha e o resultado todos já conhecem – a implantação do Fundamental II, em 1996, na Unidade da Rua D. Brígida. Como sempre, o espaço tornou-se pequeno e, em 1998, em meio a uma grande festa, foi inaugurada a sede própria – um espaço projetado para atender às exigências do MEC e, principalmente, às expectativas da nossa comunidade escolar. Não demorou muito para a Escola investir em novos espaços e, em 2004, foi ampliada significativamente com direito ao corte da fita inaugural, pelas diretoras, com a presença de pais, alunos e colaboradores.

Nesse mesmo ano, a pedido dos alunos, a unidade que mantinha o Ensino Fundamental passou a ser chamada de Colégio Henri Wallon. A escolha do nome está associada a um dos pilares da metodologia seguida pela Escola, que pressupõe o estudo da pessoa completa, numa visão humanista. Para Wallon, o conhecimento é importante, mas não mais importante que a afetividade ou a motricidade.

Em 2008, a Recrearte ganhou a Unidade III, interligando as Unidades I e II, com salas-ambientes, inspirada no consagrado projeto educacional “As 100 Linguagens da Criança” que Lourdes e Rosaly conheceram na escola Reggio Emilia, na Itália.

Quem acompanhou toda a história, desde o início, não tem dúvidas de que Lourdes e Rosaly não têm medo de abrir as suas vidas para o novo e de estarem em sintonia com as transformações do mundo atual, afinal, com tantas participações em congressos internacionais, não poderia ser diferente. A Assembleia dos Alunos foi uma experiência trazida de Portugal, em visita à Escola da Ponte, assim como o projeto Poetas Poesias. Elas foram à Finlândia descobrir o segredo de os alunos desse país ficarem sempre em primeiro lugar no PISA- Programa Internacional de Avaliação, no qual o Brasil ocupa uma péssima colocação.

Para elas, sempre falta um enorme caminho a percorrer e muito a aprender, principalmente, agora, com tanta evolução tecnológica.

A busca constante de evolução, a coragem de arriscar, de voltar atrás, de aprender com os erros e de se preocupar com os outros deixaram um legado aos que convivem com elas.”

(Parte do texto extraído do Livro dos 30 anos - de autoria de Nanna de Castro e reformulado por Ide Comunicacões.)

PALAVRAS DAS DIRETORAS

Não é fácil agradar a todos, pois ficamos sempre com a sensação de que poderíamos ter feito muito mais. O bom é que esse sentimento de inquietação sempre nos impulsiona e no motiva a procurar novos caminhos. Hoje, percebemos o sucesso dos nossos ex-alunos e vemos o quanto as nossas posições foram acertadas.

Depois de tantas transformações e de uma história plena de crescimento, podemos afirmar que a confiança foi a maior conquista da nossa instituição, não só dos pais que deixaram os seus filhos conosco, mas dos alunos e da nossa equipe de trabalho!

Um grande abraço,

Lourdes e Rosaly