As famílias andam bem preocupadas com o uso exagerado de aparelhos eletrônicos com acesso à internet pelos filhos. E com razão: a criançada tem gastado muito tempo em frente às telas, e conectada. Não é à toa que a maioria dos responsáveis procura saber quanto tempo devem permitir que os filhos usem tais aparelhos.
Bem que as famílias tentam restringir o uso das tecnologias pelos mais novos, mas nem sempre conseguem. Por que será? Pesquisas apontam um fato que salta aos nossos olhos: somos nós, os adultos, os maiores responsáveis por essa adesão, principalmente de crianças, a telas e mundo virtual. Levantamento de 2021 do Mobile Time com famílias com pelo menos um filho de zero a 12 anos, mostrou que:
1) 12% das crianças entre zero e 3 anos têm o próprio celular e 44% usam os da família;
2) 33% das que têm entre 4 e 6 anos possuem o aparelho e 52% usam os celulares da família;
3) 59% das crianças entre 7 e 9 anos têm o próprio aparelho e 33% delas usam os da família.
Temos muitos outros números, mas bastam esses para perceber que as famílias oferecem precocemente a utilização da tecnologia aos filhos e estimulam o seu uso desde muito cedo.
Depois de fazer a oferta e de incentivar o seu uso – em geral, para entreter a criança enquanto as famílias fazem outras coisas, é que surge o problema: elas percebem que não conseguem ter controle sobre os filhos e os aparelhos.
Temos mais um lado bem sério, fruto de um levantamento feito com as famílias e filhos em 2015, por uma empresa especializada em segurança on-line: 87% dos filhos acham que as famílias exageram na quantidade de vezes que checam seus celulares.
Não temos oferecido bons exemplos aos mais novos no uso das tecnologias e do espaço virtual. E, pior: é pequeno o número de famílias – e de escolas também – que se dispõe a pensar em algum tipo de educação digital. Seu filho adora usar as redes sociais? E você acha que isso não tem problema algum e é gratuito? Atenção: nada, absolutamente nada no espaço virtual é de graça. Quando você uma um aplicativo de rede social, por exemplo, você se torna produto dela.
Não existe um único motivo plausível para uma criança ter um aparelho conectado à internet, tampouco usar as redes sociais. Aliás, quase todas elas colocam a idade mínima de 13 anos para o seu uso, certo? Ah! E é bom lembrar que o uso excessivo das telas pode prejudicar o desenvolvimento global da criança. Você quer que o seu filho corra riscos?
Fonte: Rosely Sayão